segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A casa dos príncipes

Telão interativo
Nunca foi novidade para as Testemunhas de Jeová que os betéis são construídos não só para servir a algum fim, mas também para ostentar uma beleza paradisíaca. Não é por acaso, portanto, que muitas Testemunha os chamem de “um pedacinho do paraíso”.

Mas com certeza, de todos os betéis do mundo, a nova sede mundial é que mais tipifica esse sonho de consumo das Testemunhas de Jeová.

Para comprovar isso, dê uma olhada nas glamorosas imagens que constam em uma brochura de 8 páginas lançada pelo Corpo Governante.




Quem se lembra das imagens da antiga sede, conforme constam no livro Proclamadores do Reino, páginas 352-402, pode comparar e ver a grande diferença. Ao passo que esta tinha aspecto carrancudo, tal qual é o aspecto das grandes cidades, com seus grandes prédios de alturas a perder de vista, a nova sede foi belamente projetada para exibir uma paisagem de paraíso, combinado com o lago e a floresta no entorno. Tudo isso faz que ela supere em muito o aspecto de paraíso que existem nos demais betéis espalhados pelo mundo. Do meu ponto de vista, não é difícil deduzir que todo esse glamour era desnecessário à utilidade prática da sede, e que o dinheiro investido em embelezar Warwick podia mui apropriadamente ser usado para fazer reformas necessárias em centenas ou milhares de Salões do Reino em diversos outros países, como este mostrado abaixo, que ilustra um importante artigo escrito por Osmanito Torres.


Que se pode dizer do aspecto glamoroso da nova sede das Testemunhas de Jeová? As Testemunhas com certeza devem se lembrar com facilidade de muitos artigos de A Sentinela onde o Corpo Governante condena com veemência os desejos da carne, dos olhos e a ostentação de bens materiais. Há inclusive vários versículos bíblicos que se usa para apoiar essa postura. Por exemplo, depois de citar 1 João 2:19, assim escreveu uma revista Despertai! de 1984:
A pessoa equilibrada evitará ser vítima disso [isto é, do materialismo] por deixar-se seduzir pelas sutis campanhas publicitárias ou outras formas de pressão que visam fazê-la empregar seu dinheirinho ganho com muito suor em comprar algum produto desnecessário que, de forma súbita, ficou na moda (Despertai! de 22 de julho de 1984, página 10).
É verdade que o glamour de Warwick não se refere a um celular de última geração nem a um carro do ano, mas não é verdade que muito dessa beleza que estampa esta brochura é igualmente desnecessária? E também não é verdade que essa aquisição fútil foi feita ao custo do suado dinheiro das Testemunhas de Jeová?

No fórum de ex-tJs, depois de analisar esta brochura, alguém poeticamente fez uma interessante analogia com uma outra casa que fez história na primeira metade do século passado, que ficou conhecida como Casa dos Príncipes. 

Vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades:
Warwick, a Bete-Sarim. 
Mas diferentemente, os príncipes daquela época nunca existiram, não em nosso tempo. 



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